O ENIGMA ELYEZER



Em tempos em que professores tinham poder. Era autoridade, onde a palavra desses profissionais era lei. A ponto de, quando se chegava da escola, com algum bilhete com reclamação dele, era surra na certa dos nossos pais.
Conheci vários profissionais corrompidos pelo poder. Verdadeiros sádicos que reprovavam, ao seu bel prazer, por pura implicância com o aluno, ou que humilhava e perseguia uma criança de nove anos, por todo ano letivo, por não se dá com a mãe da aluna.
Professor filho da puta.
Professor escroto e covarde.
Professor de esquerda, que em toda aula, xingava a nós e nossos pais, cuspia marimbondo, nos atacava e ofendia por sermos "os burgueses que frequentavam escola particular". Esse filho de jumenta do Antonio Jorge foi o pior de todos. Qualquer coisa, procurem O Drica na Escola, onde falo mais desse esquerda de merda.

Mas não vim aqui falar desses péssimos profissionais, que até hoje reinam nas escolas. A diferença agora, é que eles apanham, levam tiro, defendem a ideologia que levou caos às escolas, com um método de ensino que deixou o país abaixo que muitos países africanos paupérrimos.
O importante é formar soldados, zumbis, idiotas úteis, e não cidadãos preparados para o mundo.
Afinal, não é bom preparar crianças para o terrível mercado capitalista, quando o país virar socialista, todos receberão o mesmo salário, do mais inteligente, ao mais burro. Sem esforços, simples assim.

Vamos rever o professor mais bizarro que tive em toda minha vida escola.

Elyeser

O cara que quase nunca abria os olhos. 
Andava pelo pátio, na hora do recreio, entre crianças que corriam a toda velocidade, sem direção e não trombava com ninguém.
Como ele vivia de olho fechado, para enxergar, a sua postura era mais estranha ainda. Sua cabeça sempre inclinada para trás, para poder enxergar pelas frestas dos olhos cerrados.
Míope ou algum outro problema?
Não sei.
De vez em quando ele "arregalava" o olho. Para chamar a atenção do aluno, principalmente, (não era de gritos ou sermões) ou surpreso com alguma situação ou resposta.
Sua noiva era a também professora Rosana. A impressão que ela me dava, é que ela ocupava uma vaga nepotista da escola, pois pertencia a família dos donos do colégio.

Lembro que ela tentou montar uma academia dentro da escola, com jazz, judô, karatê, se garantindo nos alunos, porém,( pasme!), a instituição deveria ter quase 1000 alunos, todavia, somente 3 alunas se matricularam na aula de jazz. Eu, a Maria-Vai-Com-As-Outras que gostava de acompanhar Ariane e uma outra "amiguinha".
Chaaaaatooooo
E o quisto do meu pé começou a latejar com a dança, e quando descobri que teria que me apresentar nas festas da escola e gastar dinheiro com roupas...
Pulei fora.
Com duas alunas somente, a professora desistiu e partiu, e o "clubinho" que também ficou às moscas em outras modalidades, acabou.

Eles eram bem discretos. Não demonstravam afinidades entre si, até por ser um local de trabalho.
O lance estranho, é que o casal, estava do lado de fora da escola, ele sentado no carro, e ela em pé na rua, ao lado do veículo.
De repente ela se agacha ao lado dele, tenta lhe dá um beijo na boca, e ele pula pra trás, e tão alto, que quase bate com a cabeça no teto do fusquinha.
Mas o casal acabou se casando, montaram um academia, que por sinal, vivia bem cheia, mesmo assim, Elyeser, depois de anos, desistiu do negócio, muito arrependido. Não sei o que houve.


O Elyeser parecia ter apenas duas calças de helanca, acho. Não era lycra. Uma azul e uma cinza.
Desconfio que ele tinha apenas uma cueca. Pois nos dias de lavanderia, ele não a usava. Nada contra, desde que ele não usasse a calça justa de helanca cinza!
As aulas de educação física eram assim. Ele na frente, fazendo o exercício, a a gente junto, repetindo o que ele fazia.
Em um deles, ele estava sentado de pernas abertas e alongando as costas para frente.
Gente, só eu que vi aquilo?
Olha, que eu não era da primeira fila, eu estava lá trás!
Lembro que em algum momento, ele abriu seus olhos, se direcionou a mim, e com gestos com a cabeça, parecia querer saber o que estava acontecendo ou corrigir algum erro meu, não sei.
Tente imaginar o meu carão...
Apesar de viver em casa cheia de homens, e já ter vistos umas bimbinhas aqui é ali. Foi a primeira vez que vi um pênis adulto.
A calça cinza marcava tanto, que se via claramente até mesmo, as veias do órgão, formato da cabeça...
Seria eu a tarada?
Ou ele o pervertido, apesar da sua timidez externa e dominante?
Ou apenas uma distração de um professor relaxado com sua aparência?
Fui aluna por anos na sua academia. Nunca perguntei.
A academia fechou, eles venderam o imóvel e nunca mais os vi.



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