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Mostrando postagens de agosto, 2019
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O MUNDO CINZA DA VINGANÇA Existe rivaliade entre sucateiros e traficantes? São negócios opostos, embora ligados na base. Muitos fregueses catam latinhas para sustentar o vício. Alguns ferro-velhos localizados nas mais perigosas favelas, trabalham na paz. A Reis e Filhos possuíam o seu depósito localizado numa área dominada pelo tráfico. O problema é que sempre que ia lá, havia carro ou carros da polícia militar ou civil estacionados em frente. Eu costumo dar bom dia à policiais. Minha amiga alertou: "Não faça isso! Vão pensar que você é X-9!" (...?!) A história que vou contar é uma das mais cabreiras que presenciei. Não posso autenticar como verídica, pois não faço parte da família. Muitos detalhes é na base do disse-me-disse entre sucateiros. De qualquer forma, foi a maior covardia que fizeram a uma pessoa que tinha como amiga, o Marreco. Marreco era filho de Zé Carai. O irmão "desertado" dos irmãos. Começou a reciclagem jumto com ele
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VOCÊ NÃO TEVE CULPA (NEM EU) Chalana enterra o seu filho. Não havia choros ou gritos desesperados no velório. Apenas um silêncio sepulcral. Todos ali evitavam se olhar. A cabeça baixa era regra. NInguém chegava perto do caixão lacrado. Gustavo destruiu sua cabeça, com uma espingarda de cano duplo, com um tiro no céu da boca. Um adolescente, na flor da vida, que resolveu acabar com ela. Chalana está estática. Seus olhos parecem secos de tanto chorar, sem brilho. Nem parece respirar. Ninguém chega perto dela. Seu ex-marido, sua mãe, ex-sogra, irmãos. Apesar de cabisbaixos, os olhares de todos os presentes se dirigem a ela. "Ela não percebeu?" "Como ela não viu o que acontecia em baixo do próprio teto?" "Mãe desnaturada que não sabe o que se passa com o próprio filho!" Seu ex, depois de ficar horas do lado de fora, sem conseguir entrar na sala onde o caixão é velado, de fora, observa a  ex-esposa. Parece querer tomar impulso par
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A VANTAGEM DA VANTAGEM FUMANTES OU NÃO, OS ETELIONATÁRIOS TEM CARISMA, CONVERSA E CONHECIMENTO DA ALMA HUMANA O estelionatário é o cara que se aproveita ou da fragilidade humana ou da sua ambição. Ele pode ser rico, pobre e de certa forma, o estelionato pode ter carteira assinada. Afinal, quem nunca adquiriu um serviço vendido por um vendedor, até de uma grande empresa famosa, e quando precisou, viu que não era nada disso? E ainda é um crime protegido pela vítima, pois o cara que caiu no golpe, sabe que, ao procurar uma delegacia, ou ele receberá um sabão do delegado ou um deboche doloroso dos policiais. Ninguém gosta de fazer papel de otário. AS CALADAS Estava eu sentada na calçada da rua, noite de verão, eu, uma amigas e o dono de uma madeireira que havia depois da ponte. Surgiu um gordo, com o amigo dele, oferecendo uma TV seminova por cento e vinte reais. Era o ínicio do plano real. Por toda a história do Brasil, o pobre teve pouco acesso a tecn
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BELEZA EXTERNA No início dos anos 80, houve a explosão de um novo negócio: a locadora de vídeo. Belford Roxo ganhou de uma vez, duas. Uma mais chique, numa galeria e outra no início da rua do meio. O dono era um senhor com uma certa idade, pois tinha cabelos brancos e enormes olhos azuis. A sua tática foi uma muito usual dos comerciantes, embora seja de certa forma "proibida" pela CLT a exploração direta ou indireta do corpo feminino para atrair clientes, tanto que nos anos 90, houve uma polêmica com as vestimentas das frentistas na época, obrigando os postos de gasolinas a pararem com os shortinhos e decotes nos uniformes delas. Esse empresário pegou pesado. Ele não contratou "bonitinhas". Contratou mulheres belíssimas de corpo e rosto. Deu certo. Tanto que ela foi logo um sucesso. Não costumo dá importância à clichês. Embora eles realmente existam, não tem como ignorá-los, eles não devem ser a base de definição para raça, opção sexua
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SIM, O MUNDO SE IMPORTA Lá vem a vontade de chorar Ninguém morreu Ninguém me contrariou Humilhou (não agora) Não sinto dores. Eu apenas quero chorar. Preciso, mesmo sem motivo? Deixa vir. Ninguém tá vendo. Começo a gargalhar. Pulo de alegria. Alegria de quê? Estar vivo jã não seria um motivo para sorrir, rir? Rindo até perder o ar, as forças, cair no chão. Eu quero um abraço do chão. Um acolhimento da poeira. A risadas cessam por falta de forças. Não consigo nem me levantar _Eih! Cê tá batendo com a cabeça na parede! _Faz bem! Bato com a cabeça até abrir, e o sangue jorrar. Minhas mãos já estão furadas pelas forças das unhas. Minha boca sangra. _Bate mais. Tá dando certo. Tá mesmo. A dor que não doía, apenas sentia, passou. Me encolho aliviada, sentada, diminuída, encostada na parede. _Você odeia o mundo? _Eu não, apenas odeio a mim mesmo. _Por que não se mata então? _Vai faze diferença pro mundo, eu morrer?
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MELHORES AMIGAS _Veio me buscar? Ela é tão sutil, tão intrometida, tão quieta, sem educação (nunca bate a porta), indesejada, indiferente. Qual foi o maldito momento em que ela achou que sou sua amiga? _Vim te visitar. _Quando combinaremos aquele passeio? _Não tão cedo. _Tenho datas propícias, nós duas ganharíamos com isso. _Eu não tenho tempo. Tenho uma agendo rígida a cumprir. _E aqueles que fazem as malas, marcam encontro sem combinar nada contigo? _Eu não compareço. _Como não? _É complicado... Café? Cansei de trocar tapetes e carpetes. Ela sempre derrama tudo. Agora é só passar um pano no chão, e não oferecer nada, se quiser evitar maiores trabalhos, mas a inconveniente visita, sempre pede algo para beber e comer. E ainda por cima é vegetariana... A visita começa a falar de novelas, futebol, política, funk, sertanejo, tudo que eu detesto. Sempre finjo ouvir. Que razões faz ela me visitar repetidas vezes? A certeza das minhas limitações.