Postagens

Mostrando postagens de setembro, 2017
Imagem
NÃO GANHAVA, EU DAVA Não fui a criança que pegava doce. Estudava à tarde, e no tempo em que ficava em casa, não tinha autorização nem pra colocar o dedão do pé no portão, imagine então sair pelas adjacências à procura de doce. Fui uma criança que “dava doce”. Todo Cosme e Damião ajudava minha mãe na compra dos doces, na arrumação dos saquinhos. Bem, não chegava a entregar os doces. Isso era minha mãe que fazia. Era tradição: “O ferro-velho dá doce.” Sempre levava saquinhos para minhas amigas de escola. Patricia nunca comia, dava para professora ou distribuía os doces entre o grupo. Dizia que não queria, que estava com azia. Não entendia na época que o motivo dela era outro: Patricia era crente. Nada que abalasse a festa da criançada. A alegria, a caça pelos saquinhos. Meu primeiro contato com a religião dos meus pais, a umbanda, foi numa festa de erê. Era bem novinha. Não tinha ideia do que realmente era aquilo. Pra mim era uma festa, não estran
Imagem
A Primeira Vez que Vi um Homossexual Ou Bichinha Mesmo... Eram tempos controversos. Minha  mãe morta há pouco tempo. Meu pai perdido com a situação. Muita gente se aproveitou da sua total inaptidão com a família e com o próprio dinheiro. Uma das maiores picaretas que se aproveitaram da fragilidade de um recém viúvo foi a médica Iracema e a famigerada Tia Leninha, (Que o diabo a tenha!). Saindo de mais uma fisioterapia (?), que pra mim foi puro placebo, um engodo entre tantos pra arrancar dinheiro do velho, pois fui para o bisturi de qualquer maneira, fomos para um ponto de ônibus, eu e a minha horrenda tia. O ônibus demorou bastante. Do outro lado da estreita rua, um pequeno grupo de amigos. Um deles me chamou muito a atenção. Eram os anos 80. Existia nessa década uma peça de roupa feminina chamada "colant". Era o maiô que não se usava em praia. Foi o que me chamou a atenção. " Homem usando roupa de mulher?" "É mesmo