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Mostrando postagens de agosto, 2018

Benjamin e Rebeca

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Benjamin e Rebecca Benjamin não conheceu a sua mãe. Conheceu várias candidatas a sua mãe, mesmo na sua jovem vida, oito anos. Mulheres que apareciam na casa de seu pai, ficavam alguns meses ou anos, e partiam. Essas despedidas quase sempre surpresas, pois a maioria simplesmente desaparecia de sua casa, quase sempre o fazia sofrer. Teve mulheres que, quando Benjamin não a via mais em sua casa, o fazia chorar. _Pai, cadê a mãe Madalena? Seu pai, seco, importunado pela pergunta, respondia: _Ela não mora mais com a gente. Benjamin danou-se a chorar na mesa do café. Madalena foi a única namorada do papai por quem ele realmente se apaixonou, aquele amor de menino, por sua mãe. As outras eram frias, o ignoravam, tinha até as amáveis, somente quando seu pai estava por perto. _Larga de ser maricas! Ela não era sua mãe! Depois da escola, vá direto para a sua avó. Era a avó materna de Benjamin. Era meio que uma avó robô. Dava comida, banho, respondia as pergunta

Os Figurantes

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Os Figurantes Hoje eu revi o vendedor de mel. Bem diferente do que sempre foi. Em vez de ativo, cheio de energia, dando suas voltas em torno da cidade com sua garrafa na mão e alardeado os pedestres com seu grito Olha o mel! Ele estava estático, tímido, sussurrava: Olha o mel... Que sua ausência de entusiasmo seja passageira. Já vi esse filme antes, várias vezes, em idosos principalmente, e ele não termina bem. Lembro de um velhinho, bem idoso, negro, magro, alto, porém, as costas e as pernas curvadas, apequenaram sua altura, rodava o centro de Bel, começando bem cedo, com um saco de bananada na mão, a oferecer seu doce, entre os pedestres e os clientes das lojas. Não gritava, oferecia no sussurro ou estendendo a mão com o doce para um potencial cliente. Sempre sorrindo. Vendedores assim, acabam virando referência de suas cidades e moradores, ao ponto de acreditarmos que são imortais.  Ate chegar o dia em que eles não aparecem mais. Desaparecem pa
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A LENDA Era mais um trabalho escolar do Sidney. O tema era o folclore. Tínhamos que levar artesanato para escola e participar de uma exposição. A cada objeto um ponto. A exposição aconteceria no turno da manhã. Na quadra da escola. Fiz e hora depois, subindo a escadaria da escola, senti uma dor até então inédita na minha vida, na região da barriga. Comentei com a minha amiga Patricia, que estava ao meu lado: _Hum... Uma dor na barriga, agora. Cheguei em casa, era tempo apenas para tomar banho, almoçar vestir o uniforme e voltar para o CEM. No banheiro, a surpresa no fundilho da calcinha: Eu me tornei uma “moça” de fato. Chamei pela minha mãe, minha tia veio me atender. De primeiro duvidou e pediu para ver a calcinha, mostrei e saiu cheia de nojo, arrependida do pedido. Antigamente o absorvente era chamado de "Modess" por causa dessa marca. Era o rival do Sempre Livre. Fui a penúltima das primas a “me formar”. Cristina, Solange, todas já