AS TORTURAS DE MENINA

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Cresci com coisas cotidianas, referentes ao sexo feminino, que jamais imaginei que pelo o que passsamos, seria a versão ocidental da extirpação do clitóris das garotas na África e países árabes.
Eu me refiro ao brinco, a orelha furada. Na maioria das vezes, em bebês meninas com semanas ou dias de nascido.
Comum e oferecido por muitas farmácias a tal da pistola que furava orelhas, com brinco e tudo, como não vejo mais as plaquinhas com esse serviço, acho que a pressão de feministas e até alguns médicos surtiu efeito.
Minha tia Gerusa passou perrengue com a bebezinha dela, furada em farmácia.
A garota começou a chorar de forma estridente, 24 horas diariamente. Ela achava que era coisa de bebês, mas a família não estava achando normal o choro da criança, mesmo porquê, ele chorava por tudo e por nada, e chazinhos pra cólica, remédios nada estava adiantando.
Ao levar na pediatra...
A médica, desconfiada, tirou o brinquinho do bebê, caiu uma cachoeira de sangue do furinho.
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Se nas famílias muçulmanas, a extirpação do clitórios é feito pela mulher mais velha da família, enquanto as outras seguram a coitada da garota.
Nas brasileiras, quando não havia opção farmácia, a "sacerdotiza" da prática de furar as orelhas das meninas era alguma mulher da família, podia ser mãe, tia, às vezes uma vizinha amiga, já acostumada com essas práticas. No caso da minha família, era a minha mãe.
A razão é que era ela a presentear as sobrinhas com um par de brinco de ouro. Pequeno, nada que chamasse a atenção, mas havia ou há a crença, que ouro chama prosperidade, que é sempre bom ter consigo.
Ela furou a minha no sangue frio, com o próprio brinco.
Não lembro da dor.
Apenas lembro da minha gritaria. Tenho quase a certeza que não houve aquela reunião da parentada em volta, para presenciar e zombar depois do seu sofrimento.
Tinha acho que uns 3 anos.
Com a Cristina foi pior, ela tinha muito mais idade, uns 7 anos, e foi uma trabalheira. Só de minha mãe enconstar o brinco na orelha dela, minha prima já começava a gritar e a chorar.
Sua terceira vítima foi a prima Márcia.
Com mais idade ainda.
Quietinha. Não se mexeu, não chorou.
Uma vergonha para eu e Cristina.
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Hoje eu não uso brincos.
Algumas bijuterias causam alergia, e o buraquinho cria casquinha, quando não pus.
Acosutumei-me tanto com as orelhas livres, que qualquer coisa pesa e incomoda.

Nunca tinha visto o "ritual" como tortura imposta, opressora às meninas.
Como todos faziam isso, achei normal.
Se não fosse o tal post do Facebook...

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