A HISTÓRIA DE BETO

Beto é um viadinho que conheci nos meus tempos em que frequentava a macumba. Ele foi o segundo caso do meu irmão Almir. O primeiro foi o Eriveltom.

Vou falar do Eriveltom um pouquinho:

Tudo que sei é por convivência e por dizeres de terceiros.

Não vou aqui questionar se as pessoas nascem gay ou se tornam gay ou o se mundo é gay, pois a heterossexualidade não passa de uma imposição judaico cristã. Afinal, em tempos da Grécia e Roma antiga, o relacionamento entre homens era até mesmo incitado, principalmente pelos gregos, pois eram tão machistas, que muitos sábios se recusavam a dividir o prazer com um ser tão inferior quanto a mulher. Preferiam estuprar animais ou se relacionar entre si.

 Até onde vai a misoginia de uma sociedade...

Em Roma, praticamente todo menino era estuprado por um "mentor sexual" que lhe ensinaria o sexo...

Eriveltom foi o primeiro e o amor da vida do meu irmão. Foram anos de relacionamento.

Na minha família, a impressão que tinha era que meus pais sabiam, mas não queriam acreditar, não sabiam, mas desconfiavam, sabiam, mas preferiram viver o fingimento e a mentira de os dois serem apenas bons amigos.

Eriveltom frequentava a nossa casa.

Por um tempo, as famílias se conheceram e passaram a conviver socialmente.

Almir roubava dinheiro dos meus pais para ajudar no sustento da outra família, e roubava coisas da minha mãe para presentear a sogra.

Mas eles nunca se assumiram. Ao menos para os meus pais, não sei como era a relação do casal para com a família de Eriveltom.

Embora eu sentisse alguma ojeriza dos irmãos do Eriveltom para comigo, e talvez o resto da minha família. Seus irmão e irmã não gostavam da gente, principalmente o rapaz. Deviam culpar o Almir pela homosexualidade do Irmão. Sendo que, até onde sei, foi Eriveltom que apresentou ao Almir o mundo gay. Almir gostou e ficou. Eles quase nunca participavam das confraternizações das famílias. Agora entendo o por quê. Os dois faziam cara de nojo pra mim, quando me viam.

Criança, nem desconfiava que um comia o cu do outro.

Uma vez soube por teceiros que meu pai sabia o que realmente acontecia com o seu filho. Almir deixou a porta do quarto aberta, meu pai abriu a porta para chamá-lo e deu de cara com os dois dormindo de conchinha.

Apenas Eriveltom estava acordado. Meu pai fechou a porta como se nada tivesse visto.

Um homem grosseiro, machista, pertubado, até um certo ponto, violento, pornógrafo, das antigas. Nunca jogou na cara, do filho que mais lhe fez mal, a sua homossexualidade.

Pelo contrário. Se ele chegou onde chegou, agradeça a sua covardia em encarar as maldades que o filho lhe fazia, e achar que tudo se resolveria naturalmente. Para se livrar dos grandes problemas que ele tinha com os dois problemáticos filhos, ele chegou a montar ferro-velho e bar, para que estes se virassem e saíssem da sombra dele.

Eriveltom passou a perder interesse pelo meu irmão, talvez quando o meu pai começou a decair financeiramente. O saque que Almir promovia no ferro-velho ainda era grande e constante, porém, talvez, não como estava acostumado o namorado e a sua família.

Eriveltom começou a estudar no CEM, atual Fabel, e lá, assim como seu irmão, virou um galã de escola.

Aquele garoto com quem as meninas sonhavam e até caíam no tapa por ele.

Apesar de adolescente, ainda não tinha ideia da verdadeira relação entre ele e meu irmão.

Eriveltom, mesmo frequentando a minha casa várias vezes, assim como o resto da sua família, me ignorou completamente, Ele era segundo grau, eu ginásio, talvez seja por isso. E não era bonita, e nem piadeira, sabe, aquelas meninas que ficam atrás dos meninos bonitos, piando igual pintinho de galinha.

Pode haver também  outro motivo para ele ter abandonado Almir depois de tantos anos de relacionamento:

Mulher

Não sei se ele começou a namorar a menina para não causar desconfianças na escola ou se ele realmente perdeu o interesse pelos homens.

Os dois namoraram o segundo grau inteiro e por mais dois anos seguidos.

Em meio a esses anos, saquei qual era a do Eriveltom com o meu irmão.

Almir se sentindo triste, abandonado, rejeitado, fazendo macumba direto pro cara voltar, e eu, sabendo o motivo, não contei a ele. Não era problema meu.

A garota nunca foi minha amiga.

Acredito que "ex-gays" sempre terão recaídas. Se eles não se abrirem para suas mulheres, a parceira corre o risco alto de contrair doenças venéreas e AIDS.

Eu tenho que explicar?!

Dez anos atrás, a revi numa igreja onde ela era fiel. Me reconheceu e eu a reconheci, apesar de nunca termos trocados uma palavra na escola. Disse que foi noiva por cinco anos do Eriveltom, mas não se casaram.

Que vontade de dizer:

_Parabéns. Você escapou de uma roubada, e talvez de um casamento infeliz e grande decepção, pois ele é bi. Comeu o cu do meu  quase dez anos!

Parti sem nada dizer. Não mudaria em nada a vida dela, e não faria a menor diferença pra a minha.

BETO PRA VALER AGORA

Beto foi o segundo caso do Almir. Depois dele, Almir passou a preferir crianças. Entre 12 e 17 anos. Às vezes um de maior, porém raro.

Beto era filho de Dona Eulina, e era um dos filhos-escravos dela. Filhos de santo, sem casa e sem emprego, que iam morar com D. Eulina, em troca de teto e comida, trabalhavam na casa e eram humilhados por ela.

Olha, se eu sou do santo, e o santo permiti que eu chegue a uma situação assim, eu largava de vez a religião ou mudava de sacerdote. Alguma coisa tá errada.

Ouvi relatos de filhos de santo que, depois de mudarem de mães ou pais, tiveram retorno financeiro nas suas vidas. Em alguns casos, ele passavam fome. Há quem diga que isso pode ser proposital. Muitos baba ou yalorixás acreditam que filhos bem sucedidos abandonam suas casas e/ou religião.

Beto conseguiu um emprego.

Era faxineiro em uma firma. Infelizmente, ficou apenas um mês e meio no trabalho.

Viram ele dando o cu no banheiro dos homens e o caguetaram.

Chamaram os dois, mas apenas Beto foi demitido.

O rapaz "ativo" era de família e NOIVO, prestes a se casar, e disse que Beto o assediava o tempo todo, e que se viu obrigado a ter relações com Beto, pois só assim teria paz no trabalho...

Meninas, já ouviu uma história parecida como essa entre vocês?