REVENDO A HISTÓRIA SEM FIM

Falcon o "dragão chinês" da sorte com cara de cachorro, até hoje cultuado.



Olha, eu teria muitos motivos para ser uma criança traumatizada, tornei-me um adulto cheio de neuras, porém, não por culpa dos filmes.
A primeira vez em que fui ao cinema, levada pelo meu irmão mais velho, o perigo está aí. O que achavam meus país e delegarem essa missão a um irmão mais velho, depois de encher o saco deles para conhecer o cinema.
O primeiro filme que assisti na telona, nos meus distantes 8 anos foi FACES DA MORTE. O primeirão, aquele onde o macaquinho é degolado e as pessoas comem o seu cérebro.
Tudo bem, não era para permitirem nossa entrada, nem eu e nem meu irmão tinha idade para assistir, mas essas coisas nunca foram fiscalizadas pelos cinemas de Belford Roxo.

Antes dele, o fato de não sair dele tremendo de medo, na certa por estar, mesmo em tão jovem idade, calejada nesses assuntos. Quem mandavam na TV da sala eram meus irmãos, e eu assistia o que eles assistiam, meu primeiro filme de terror foi Carrie, A Estranha, tarde da noite, com meus pais na sala.

Nunca assisti um filme da Disney no cinema.
Lembro que bem garota, todo domingo assistia o trailer exibido exaustivamente de Bernardo e Bianca. Como desejei ver esse filme; desconfio que, por serem desenhos, meus pais deveriam achar desperdício. Desenhos nesses saudosos anos 80, eram fartos na TV.


Por acaso, adulta, passando pelos canais, começava Bernardo e Bianca. Sentei prontamente para assistir... Não cheguei a 10 minutos de filme.
O tempo passou. Eu não assisti quando deveria assistir, e até hoje, não suporto nenhum desenho da Disney. Eu odeio suas canções.

Videocassete em casa, e ERAM OS MEUS IRMÃOS QUE ESCOLHIAM E ALUGAVAM AS FITAS PARA O FINAL DE SEMANA.
Meu pai pagava tudo, contando que alugassem uma fita de sacanagem.
Toda semana era uma.

Na minha pré-adolescência, quase passando do prazo, eles alugaram A História Sem fim.
Foi o meu primeiro filme de fantasia (em live action) que assisti.

O filme que mais tarde se tornaria um clássico e um ícone que sobrevive até hoje, com a história de um menino e o livro que ele "rouba" de uma livraria.

Bastian é um menino sozinho, perseguido na escola, órfão de mãe recente, adora ler, desenha seres fantásticos durante a aula, afinal, ele leu Senhor dos Anéis e 20.000 Léguas submarinas entre outros.

No sótão da escola, ele começa a ler o livro.
Nesse ponto é quando o autor pouco a pouco inicia um paralelo do que um livro é capaz.
Quando a gente ler, mesmo que o livro narre e terceira pessoa, uma boa história sempre mergulha o seu leitor para dentro das suas páginas.
As esfinges protagonizam o momento de maior suspense e terror da película.



A década de 80, foi a última década em que crianças foram tratadas como crianças e também, não como seres imbecis.
Tá certo, tínhamos a Xuxa, mas foi nos anos 90 em que a família brasileira, na hora do almoço, era presenteada com peitos de fora e as pregas dos furicos das modelos na banheira do Gugu.
E hoje, querem forçar sexualidade em crianças.
Crianças gays, trans...
Meninos são impedidos de serem meninos, para que não se tornem homens.
No filme, os únicos seres humanos são crianças.
Os adultos são seres fantásticos.
O herói é um menino, a imperatriz é uma menina.
Os seres fantásticos, principalmente no salão dos castelo, são assustadores. Cabeçudos com chifres, seres com 4 faces.
Uma criança reina, uma criança é o escolhido para tentar salvar o reino.
Fantasia é um pedacinho dos sonhos de toda crianças e dos adultos que mesmo quando crescidos, não as abandona.
O filme tem toques de terror e suspense, tem morte, causa medo...
Sem deixar de ser um filme infantil.

Diferente do que aconteceu comigo e com muitos que não assistiram os filmes da Disney quando criança, A História Sem Fim encanta os adultos.
E mostra o poder da imaginação de cada um de nós.

O filme tornou-se tão caro e querido, que até hoje, e graças da Deus, não houve um remake.
Se Labirinto hoje talvez pareça filme com "validade vencida" apesar da ótima história por causa dos efeitos, os bonecos de A História Sem Fim ainda passam credibilidade.
E tenho a certeza que encanta até mesmo a atual geração.
Só comprova que livros não devem morrer e sonhos também.
Se eles morrerem, a imaginação nata intrínseca de cada ser humano, morre também.










 

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