ORQUÍDEA NEGRA
QUADRINHOS QUE ME INFLUENCIARAM
Como Orquídea ela fica "pelada" o tempo todo. Roupa, somente quando entre os humanos. |
Orquídea Negra
Neil Gaiman & Dave McKean
Há décadas que não leio quadrinhos. Chegou um
momento que a caçada contra os mutantes estava me cansando, e chegando na idade
adulta, eu me perguntava, quando os X-men transavam. Afinal, eles saiam de uma
aventura para outra.
Atualmente, visito sites de quadrinhos, pois na
banca, acho caro, e mesmo assim, dificilmente leio os quadrinhos publicados a
partir dos anos 2000.
Ao que parece, tá tudo uma merda.
O fascismo dos X-men, em criar um país somente
para os mutantes, a perseguição dos roteiristas e quadrinistas aos valores que
moldaram os quadrinhos desde a sua criação: fé, família, heroísmo.
A DC larguei um pouco mais tarde.
Nos anos 90, comprei um dos capítulos de uma
minissérie que estava acompanhando: Orquídea Negra.
Li no trem, e antes de chegar na minha estação
terminei a leitura.
Rosa, de modo crítico me disse:
_Agora devolve!
Seu deboche mostrava o quão descartável
considera os brasileiros a leitura.
A revista realmente não tenho há muito tempo,
mas a história, é a que mais me influencia nas minhas fanfics, todas ainda na
minha cabeça.
Orquídea Negra não tem embates épicos, lutas...
Nas minha fanfics também não.
Orquídea Negra conta a origem de uma heroína
obscura. A minissérie não lhe deu fôlego, ao menos por aqui. O máximo que vi, foi
ela fazendo papel de “elenco de apoio” no Esquadrão Suicida, sem falas, era
apenas desenhada para compor cenário. A sua maior participação, é quando ela
lasca um beijo no Capitão Bumerangue.
No outro gibi, ela, sem que o desenhista a
desenhasse, em diálogos, é demitida pela chefona Amanda que mandava nos caras “por
nunca está presente nas missões”.
Nunca mais soube do paradeiro da Orquídea
Negra.
A minissérie começa com a própria morte da heroína,
executada por Lex Luthor, quase que de forma simultânea, ocorre uma espécie de
parto no Jardim do cientista botânico Phil.
Ainda sem saber da sua morte, Phil fala da sua
irmã para a flor que acabou de desabrochar que sempre visita o jardim e cantava.
Quando o Phil fica sabendo da morte, cai em
prantos.
Isso é narrativa do presente.
Nos flashback, conta a história da mulher que
daria origem a Orquídea Negra.
Outro momento bem triste da minissérie, que antes de mais nada, dramática. Esqueça ação, golpes, lutas e embates físicos. |
O pai opressor, a morte da mãe, a
fuga de casa, e de quando ela conheceu seu marido, um contrabandista de armas
que trabalhava para Lex Luthor.
O casamento horrível, a fuga dele, e
o seu reencontro com o seu primeiro amor e o primeiro e único amor do
cientista.
Até que num “assalto”, ela é
assassinada pelo ex- marido, logo no dia em que Phil a pediria em casamento.
Phil é o personagem mais marcante da
minissérie, um homem que amou desde a sua infância uma única mulher, e quando a
reencontrou, vivendo a sua maior felicidade, é morta.
Anos depois ele também é morto pelo
mesmo ex-marido do seu grande amor.
Ficamos sabendo que na faculdade ele
fez parte de uma turma que depois teria caminhos bem distintos do usual. Pamela
Yslei (Hera Venenosa), e Alec Holland (mostro do Pântano).
Sozinha acompanhada apenas de mais
uma flor que escapou do massacre feito no jardim de Phil, a “nova Orquídea
Negra”, tenta saber suas origens, o que é e quem é.
Sua busca por Pamela a leva ao Asilo
Arkan.
Lá temos a primeira pista de quem é
realmente a personagem.
_Você deve ser um dos híbridos dele.
Assim que Pamela sabe do trágico
destino de Phil, ela nega a dar qualquer outra informação e manda Orquídea
embora.
Pamela queria chorar.
Foi a primeira vez que vi humanidade
neste personagem.
Na procura por Alec, Orquídea acaba encontrando
o monstro do pântano, é ele quem diz o que ela é.
A narração do monstro é fascinante.
E mostra que Orquídea é um híbrido de
planta com humana, DNA retirado da sua amada assassinada, e foi a única vez que
seu experimento deu certo.
Pela memória de Phil, elas vão para
Amazônia, que no universo DC, é o berço do trono do mundo verde. Jason
Woodrue também viajou para lá, para conversar com o parlamento das árvores,
como Florônico.
Mas elas tornaram-se humanas demais,
para viver num paraíso.
E retornam para os EUA.
Deixando na Amazônia, várias flores,
dadas a ela pelo monstro do pântano, que a “fecundou” e lhe deu as sementes.
A minissérie não alavancou a heroína,
mas apresentou dois artistas que mais tarde, revolucionariam os quadrinhos, um
com suas histórias, outro com seus desenhos...
Neil com Sandman, Dave com Asilo Arkan e outros trabalhos.
Não encontrei nenhum site que hospede a minissérie, mas colecionadores vendem aos monte a minissérie completa entre 50 e 80 reais.
Se puder e quiser compre, vale à pena.
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