O Estalo Mágico .
MOMENTOS BIZARROS DA VIDA DA ANITA
O Estalo Mágico
Bem, o meu conforto com a solidão e
minha total falta de trato social, em parte, talvez seja devido a minha criação.
Não culpo meus pais por isso. Sou assim e me sinto bem. Apenas sou diferente e
talvez cause desconforto e inúmeros rumores sobre mim.
Paciência...😔
Nesse mundo de regras e estereótipos; é uma virtude.
Minha Mãe não gostava do fato de eu
ter amigas na escola.
Ela não permitia que eu brincasse com
outras crianças na rua.
O meu mundo era o meu quarto e as
minhas bonecas.
Não satisfeita, lembro de ainda
pequena, a gente brigar porque ela queria que eu brincasse com a porta do quarto porta aberta.
Sob seus olhares. Nunca permiti.
Alex, menor que eu, queria brincar
comigo, e eu botava ele pra correr. Isso a deixava furiosa...
Meu mundo, minhas regras.
Lembro que recebi a visita de uma vizinha da minha idade. Ficamos caladas por toda visita.
Tu já foi criança. Tu cria, imagina... difícil
encaixar alguém de fora. Alguém que não está na sua mente em “brainstorm”.
Não creio que ela era uma mãe tóxica. Apesar dela sempre me colocar pra baixo quando em público quando eu me "sobressaía", como rir, sorrir ou brincar com alguma priminha.
Se algum adulto me conhecesse e relatasse elogios a mim para ela, D. Aparecida fica uma semana debochando para qualquer um que aparecesse em casa, ela me diminuía e ainda me contava.
Sendo justa, houve um momento que desenhei vários posteres gigantes e colei na parede.
Alguns dias depois, meu irmão apareceu perguntando se podia tirar. Disse que sim, como diria não para um irmão 10 anos mais velho e que sempre me tratou mal?
Ela perguntou pelo meus desenhos e assim que descobriu, passou um sabão no Almir que ficou todo sem graça.
Ela foi uma mãe do seu tempo, e estou velha demais pra ficar encanada com traumas tipo "É tudo culpa dos meus pais."
Já passei dessa fase, e escolhi o meu caminho.
Não sei se por coragem, conformidade ou covardia, foi o meu livre arbítrio.
Um dia, ela iria comprar o material escolar
que era vendido na própria escola.
Mandou eu me arrumar e sair.
Surpresa, ela não gostava de me levar pra lugar nenhum, e se eu pedisse, até
permitia de vez em quando, mas com uma caaaraa...!
Atendendo no lojão, como era chamado
a lojinha de material escolar a professora Regina, que já foi tema desse
blog. Ao seu lado a professora Rosana. Ela dava aula de educação física, mas
neste ano, estava nos ensinado educação artística.
_Qual o material pra educação
artística, Adriana?
_Ih! Não sei não. Não trouxe a lista!
_Mas eu te chamei pra isso, garota!
Então a Rosana começou a falar item
por item para a Regina pegar.
E tudo que eu lembro desse momento.
Não ouvi nada, não prestei atenção em
nada, como de praxe, fiquei calada, até o instante em que minha mãe se dirige a
mim a pergunta.
Em casa ela expôs a sua fúria. Sua
cara amarrada, sua raiva. Como sempre fazia com qualquer coisa que ela
desaprovasse.
Ao meu lado, começou a reclamar pra
todo mundo, e pelo resto da manhã, por graças, estudava à tarde, o meu silêncio
diante da minha professora.
Se ela me chamasse para algo, na
frente da minha resposta e após pedir o favor, com sua cara emburrada e raivosa
dizia:
_Fala agora! Já que na escola você
nada falou!!
Ela dizia que Regina ainda falou pra
eu aproveitar que a professora estava perto e puxar conversa, que Rosana queria
conversar comigo...
Não vi e nem ouvi nada disso.
Naquela idade, imaginei que minha mãe
queria que eu sorrisse, conversasse, que fizesse malabarismo com bolas de papel
e causar boa impressão à professora Rosana.
Eu nunca em toda minha vida escolar,
tive essa “intimidade” com qualquer professor.
Ela achou que com um estalo mágico,
eu me tornaria a criança extrovertida, social e brincalhona que ela nunca
permitiu que fosse.
Sim, perdi centenas de oportunidades, a maioria em relação a namoro, mas em outros, tipo "faça ou morra", respiro fundo e me exponho completamente... Curtiu esse momento bizarro? Tem mais da série aqui👇👇👇 https://opeitopensante.blogspot.com/2019/09/nao-pode-rir-momento-bizarro-da-vida-da.html Esse foi assustador Esse foi divertido. Quem passou vergonha foi meu irmão Quem era Regina? Ao menos na minha opinião... |
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