O Estalo Mágico .

 

MOMENTOS BIZARROS DA VIDA DA ANITA

 

O Estalo Mágico




 

Bem, o meu conforto com a solidão e minha total falta de trato social, em parte, talvez seja devido a minha criação. Não culpo meus pais por isso. Sou assim e me sinto bem. Apenas sou diferente e talvez cause desconforte e inúmeros rumores sobre mim.

 

Paciência

 

Nesse mundo de regras e estereótipos, é uma virtude.

 


Minha Mãe não gostava do fato de eu ter amigas na escola.

Ela não permitia que eu brincasse com outras crianças na rua.

O meu mundo era o meu quarto e as minhas bonecas.

Não satisfeita, lembro de ainda pequena, a gente brigar porque ela queria que eu brincasse de porta aberta.

Sob seus olhares. Nunca permiti.

Alex, menor que eu, queria brincar comigo, e eu botava ele pra correr. Isso a deixava furiosa...

Tu já foi criança. Tu cria, imagina, difícil encaixar alguém de fora. Alguém que não está na sua mente em “brainstorm”.

Não creio que ela era uma mãe tóxica. Apesar dela sempre me colocar pra baixo quando em público eu me "sobressaia", como rir, sorrir ou brincar com alguma priminha.

Se algum adulto me conhecesse e relatasse elogios a mim para ela, D. Aparecida fica uma semana debochando. Para outros, ela me diminuía e ainda me contava.

Sendo justa, houve um momento que desenhei vários poster gigantes e colei na parede.

Alguns dias depois, meu irmão apareceu perguntando se podia tirar. Disse que sim, como diria não para um irmão 10 anos mais velho e que sempre me tratou mal?

Ela perguntou pelo meus desenhos e assim que descobriu, passou um sabão no Almir que ficou todo sem graça.

Ela foi uma mãe do seu tempo, e estou velha demais pra ficar encanada com traumas tipo "É tudo culpa dos meus pais."

Já passei dessa fase, e escolhi o meu caminho.

Não sei se por coragem, conformidade ou covardia, foi o meu livre arbítrio.

 


Um dia, ela iria comprar o material escolar que era vendido na escola mesmo.

Mandou eu me arrumar e sair. Surpresa, ela não gostava de me levar pra lugar nenhum, e se eu pedisse, até permitia de vez em quando, mas com uma caaaraa...!

Atendendo no lojão, como era chamado a lojinha de material escolar a professora Regina, que já foi tema desse blog. Ao seu lado a professora Rosana. Ela dava aula de educação física, mas neste ano, estava nos ensinado educação artística.

_Qual o material pra educação artística, Adriana?

_Ih! Não sei não. Não trouxe a lista!

_Mas eu te chamei pra isso, garota!

Então a Rosana começou a falar item por item para a Regina pegar.

E tudo que eu lembro desse momento.

 

Não ouvi nada, não prestei atenção em nada, como de praxe, fiquei calada, até o instante em que minha mãe se dirige a mim a pergunta.

 


Em casa ela expôs a sua fúria. Sua cara amarrada, sua raiva. Como sempre fazia com qualquer coisa que ela desaprovasse.

Ao meu lado, começou a reclamar pra todo mundo, e pelo resto da manhã, por graças, estudava à tarde, o meu silêncio diante da minha professora.

Se ela me chamasse para algo, na frente da minha resposta e após pedir o favor, com sua cara emburrada e raivosa dizia:

_Fala agora! Já que na escola você nada falou!!

Ela dizia que Regina ainda falou pra eu aproveitar que a professora estava perto e puxar conversa, que Rosana queria conversar comigo...

Não vi e nem ouvi nada disso.

 

Naquela idade, imaginei que minha mãe queria que eu sorrisse, conversasse, que fizesse malabarismo com bolas de papel e causar boa impressão à professora Rosana.

Eu nunca em toda minha vida escolar, tive essa “intimidade” com qualquer professor.

Ela achou que com um estalo mágico, eu me tornaria a criança extrovertida, social e brincalhona que ela nunca permitiu que fosse.




Sim, perdi centenas de oportunidades, a maioria em relação a namoro, mas em outros, tipo "faça ou morra", respiro fundo e me exponho completamente...



Curtiu esse momento bizarro? Tem mais da série aqui👇👇👇

https://opeitopensante.blogspot.com/2019/09/nao-pode-rir-momento-bizarro-da-vida-da.html

Esse foi assustador


Esse foi divertido. Quem passou vergonha foi meu irmão


Quem era Regina? Ao menos na minha opinião...



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