OPINIÃO LIVRE NUMA FAMÍLIA PATRIARCAL


A professora/diretora Regina tinha características homossexuais claras. Não precisava ser da trupe, para se reconhecer que aquela mulher era sapatão. Mas nos anos 80, não havia esse reconhecimento descarado, não havia esse "radar". Mesmo porquê, homossexualismo feminino, era "raro" e escondido. Mesmo quando um mulher se comportava e se vestia como homem, não havia o questionamento público ou até mesmo a maldade em apontar o dedo na mulher que gostava de mulher.
Regina tinha cara de braba, séria, cabelo curto, além de outros trejeitos. Não sei se é por causa da moda da época, mas ela usava muito calças de lycra nas cores claras e berrantes. Que sabemos nós, não ser uma roupa própria para o dia a dia, até em academias ela não fica bem. Pois marca demais o corpo. Regina ainda usava camisas curtas, a impressão que tinha, é que ela gostava de exibir o seu "testão", a buceta mesmo. Era o equivalente ao Eliezer, que usava calças parecidas, porém, ele era professor de educação física, Regina de biologia, intencionalmente ou não, Eliezer não usava cueca por baixo, exibindo assim, até as veias do seu pinto, durante os exercícios de suas aulas, constrangendo as alunas.

Uma vez estávamos na Kombi dos nossos pais. Quase todos os irmãos presentes. Acho que faltava o Alex sair da escola.
Deveria ter mais alguém na Kombi do qual não me lembro, mas que também era da escola. Amiltom soltou essa:
_A professora Regina é casada? _Ela estava do lado de fora da escola, conversando com uma mulher_
Esse amigo do meu irmão respondeu que não. Assim ele logo concluiu:
_Então, ainda é virgem!
Meu pensamento foi:
_Será mesmo? Nada a ver. Por que solteiras são automaticamente virgens? Por que para as mulheres, sexo somente depois do casamento?
Foi puro pensamento-resposta, afinal, se falasse uma coisa dessas, seria repreendida na hora. Numa família onde eu não podia nem rir alto ou rir das sacanagens que eles mesmos falavam e urravam de rir, não era trouxa de levar um fora, um cascudo e até um reclamação do meu irmão para com a minha mãe, por ter dito tal coisa.
Conhecendo as engrenagens patriarcais e coloniais da minha família, sobraria pra coitada da empregada.
 Não poderia dizer nada novo, nem digo ligado a sexo, mas a fecundação, que minha mãe corria pra dar esporro na coitada de empregada que nada tinha a ver com isso.
Eu lia, eu conversava, eu escutava sacanagem na escola, não tinha como evitar, mas minha mãe, como toda sinhá, talvez até como desculpa dos rancores que ela sentia pelas ninfetas que ela contratava para trabalhar e dormir em casa, pois meu pai comia quase todas ou meus irmãos, ela culpava a empregada por tudo.
Paty (Simpsons) é muito mais feminina que Regina, mas como esse texto é baseado em impressões, não afirmo nada.
Coisas da Sagrada Família Tradicional

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