MINHA VIDA
MINHA MORTE
Nasci numa família de posses. Tive
quarto e brinquedos. Porém com um cabresto curto e sufocante.
Não podia brincar na rua, não podia
ter amigos.
Não podia gargalhar alto.
Minha mãe uma senhora doente e
stressada, meu pai um ignorante, a ponte de literalmente começar a relinchar
dentro de casa. Nunca soube por quê ele fazia isso. Talvez por está puto com
alguém, e o relincho dele seria a forma de ele agredir o causador desse seu
stress.
Foi na adolescência que percebi o que
eu realmente me tornei.
Uma destrambelhada social.
Não namorei, não aproveitei o pouco
tempo de beleza que tive, pois não sabia usar o cabelo, não sabia me vestir.
Minha fase adulta foi um desastre.
Perdi tudo. Até hoje, nada realizado.
Meia idade, a velhice batendo a minha
porta.
Cheguei na fase onde homem nenhum
quer me comer mais.
O que espera dela?
Nenhuma novidade.
O mesmo de sempre.
Isolamento total.
Não sei se quero ter uma vida longa.
Se todos os meus pesadelos se
realizaram durante a minha vida. Qual seria o último a se transformar em
realidade?
A vida vegetativa.
A dependência da boa vontade alheia
para fazer as mais simples das tarefas.
Não vim para essa vida pra sorrir.
Fato consumado, comprovado.
Meu melhor amigo é o cigarro.
Que ele cumpra a sua tarefa, e me
leve mais cedo que o designado por Deus ou por sei lá quem.
Seria a morte a única a realizar um sonho meu?
Pesado amiga.
ResponderExcluirEu sei o que é isso.
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