BICHO SOLTO



E sou da geração cabresto.
A filha só tinha um valor para a família, enquanto ela fosse virgem.
Havia meninas com mais liberdade ou menos. Em tempos em que o nosso único entretenimento eletrônico era a TV, brincadeiras de roda, jogos de rua dominavam.
Nem essa liberdade eu tinha.
Cheguei a conhecer algumas garotas que transaram.
Poucas sabiam o que estavam realmente fazendo. A maioria delas, acabavam difamadas pelo próprio namorado. Que no dia seguinte a transa, alertava a quem quisesse ouvir que “fulana não era mais virgem”.
Comprar anticoncepcional era uma operação de guerra secreta.
Ou o namorado comprava ou a garota comprava numa farmácia de um outro município, nunca no mesmo, pois o farmacêutico poderia comentar com os pais, o vizinho ver...
Ou alguma amiga mais velha de confiança, comprar para ela.
Remédios prescritos de boca.
Ir ao ginecologista também era perigoso.
Eu com mais de 30 anos, tive que escutar sabão de um médico, que sem conhecer o meu histórico, simplesmente não concordava com a injeção que utilizava há mais de 10 anos.
Imagine uma garota solteira nos anos 80...
Remédio comprado, quase todos utilizados de forma errada.
Soube de meninas que tomava a pílula no dia anterior a transa!
Resultado:
Gravidez indesejada.
Casamento forçado.
Morar na casa dos pais ou dos sogros, seja com quais for, a vida estava pré-determinada a ser um inferno.
Estudos não terminados.
Uma vida medíocre, cheia de filhos, ao lado de uma besta quadrada.

Dizem que estamos sujeitos a repetir com nossos filhos, o que passamos na infância. Seja ela ruim ou boa.
Filho de pais violentos, indiferentes... Darão a mesma educação aos seus.

Eu creio que não.
Não sei se por causa de outros fatores, como trabalho, tecnologia e cultura, nunca antes na história desse país, uma geração usufruiu de tamanha liberdade, informação e acesso a métodos contraceptivos.

E o que essa geração faz?
Engravidam com 11, 12, 13, 14...
Orgulhosas das merdas em que estão atolando suas vidas, postam no Face Book, se autointitulando guerreiras, pedindo doações.
Nunca param no primeiro!
3, 4, 5, sendo cada um, um pai diferente.

O que essa geração tem na cabeça?
A resposta é simples:

FUNK!
AH AH AH AH AH AH!

Não precisa tese de mestrado, análise social.
Com incentivo dos pais e da mídia. Diga-se de passagem!







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