CAMINHANDO



Por um breve período da minha vida
Eu caminhei numa estrada parecida com a de muitos
Asfalto
Terra batida
Flores
O asfalto tinha seus buracos e desníveis
A terra batida as suas poças escorregadias
As flores com seus espinhos



Foi quando a minha frente deparei-me com um chão de lava
Olhei para os lados e não vi caminhos alternativos
Pisei, caminhei, corri, superei
No final caquinhos de vidro
Com os pés em carne viva pisei
Andei
Corri
Desesperada, até pulei

No final, pregos voltados para cima
Com os pés em carne viva e sangrando muito
Pisei
Caminhei
E até pulei
Tudo na pontinha dos dedos, para não pisar em nenhum
Como uma bailarina
Superei


Depois vieram as pedras escorregadias
E o sangue ainda escorria
Pisei
Caminhei
Não pulei
Varias vezes escorreguei e caí
Em momentos, de quatro fiquei
Com dores pelo todo corpo
Superei

Então veio a lama
Minhas pernas afundavam
Meu corpo em meio à lama agarrava
Quanto mais me mexia
Mais afundava
Houve momentos que nadei


Foi nesse momento que vi o céu
Estrelado, vivo, brilhante, único
Deitei
Hoje eu boio na lama
Deixando ela me levar
Sob o testemunho das estrelas




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