AS MÃES JOANAS
REMAKE



Minha casa, meu reino.
 O reino é seu enquanto você não tiver súditos.
Vou falar aqui um tema que escrevi no meu antigo blog: “As Mães Joanas”
Pessoas, não precisamente mulheres, que colocam qualquer um dentro de casa.
Muitas das vezes a intenção é apenas ajudar, mas acho que devo incluir aqui também, famílias que contratam empregadas domésticas ou outros profissionais do lar e acabam na verdade aninhando verdadeiras cobras.
No Brasil, apesar da nova lei, ainda é “status”, uma família ter a sua emprega doméstica. Com a lei, espero que a áurea de “casa-grande e senzala” tenha se findado. Pois a “quase da família” ou a “como um membro da família”, não tinha folgas regulares, ganhava pouco e não tinha direitos trabalhistas e nem horário certo de trabalhar.
Quando assistia novelas, sempre que o ricaço chegava tarde da noite ou a madame ainda estava acordada nas altas horas da madrugada, a empregada e/ou mordomo estavam a postos, uniformizados e servindo seus patrões.
E no dia seguinte, na mesa do café bem cedo, lá estavam eles de novo. Sempre me perguntei se eles não dormiam ou não tinham folga. De certa forma eu tinha esse exemplo em casa.
A empregada não tinha hora pra largar e se precisasse acordava antes da seis para preparar o café ou como uma vez, pra matar um porco. Dormir no trabalho e folga de quinze em quinze dias...
Aguentar as investidas sexuais do patrão, e talvez dos filhos mais velhos, sofrer perseguição da patroa que desconfiava de alguma coisa ou nunca estava satisfeita.
Uma vez encontrei uma carta da Zenilda reclamando da minha mãe, dizendo que ela era uma chata que falava no ouvido dela o tempo todo.
Zenilda usava short fio dental e limpava o chão (de quatro) com uma saia mais curta que um short comum. Uma vez ela me disse que não achava a saia curta.
Dona Aparecida pagou caro por causa das suas exigências, em alguns casos a família toda.
Houve um assalto em que ficou claro que uma ex-empregada havia dado a deixa para os ladrões.
Em um caso comprovado, ela dividiu sua casa com a amante do seu marido (a empregada).


Não sei o que leva um patrão ou patroa abusar de sua empregada. Gente, é ela que cozinha. Fico imaginando quantos almoços cuspidos ou escarrados devo ter comido. Já que hoje eu entendo que o clima em casa entre patrões e empregadas não era nada bom.


Foi numa briga com um caseiro que praticamente fomos expulsos do sítio. Depois que meu pai demitiu o cara, passamos a ser assaltados e ameaçados diariamente, mas ele alegava inocência, que quem mandou os bandidos foi o outro casal de caseiros com quem minha madrasta se desentendeu.
Antes de toda essa confusão, o filho de uma ex-caseira cortava o fio do nosso telefone e na cara de pau aparecia com o cobre para vender ao meu pai.
Duramos até muito naquele lugar, pois depois descobrimos que o outro filho dessa ex-caseira que contratamos para cuidar do quintal, morreu eletrocutado/afogado ao invadir uma casa.
Ele levou um choque na cerca e caiu desacordado na piscina.
O que concluímos nesse parágrafo?
Sejam quaisquer dos males e conseqüências brutais, a fonte foi um empregado doméstico.


Tenho o meu pé lá trás, quase no sul do Brasil, no que me se diz a respeito de colocar alguém dentro de casa. Exemplos fora da minha família também não faltam para manter a minha postura.
Em jornais e tele-noticiários soube de vários.
Da mulher que acolheu uma adolescente que havia sido expulsa de casa. Sabe como ela agradeceu? Matando a mulher que lhe deu teto e comida, ela se envolveu com o marido da vítima (outro pilantra) e matou a esposa pra ficar com ele.
Do rapaz que acolheu um casal sem emprego e sem teto. Depois de mais de trinta dias bancando duas bocas sozinho, pediu que eles se retirassem da casa. Foi morto.
O final é sempre trágico e traumático.
O anfitrião é obrigado a expulsar à força o agregado ou ele abre mão da própria casa e vai morar em outro lugar ou ele é morto pelo agregado.
Eles nunca sairão “na conversa” e sempre desrespeitarão os prazos de tempo de moradia.

Acolher alguém dentro da sua casa, não é bondade, é burrice.

Rosa e Fatinha sempre tiveram uma vida apertada, difícil, pra não dizer miserável.
Qual é o maior cômodo do seu apartamento, você classe média baixa? O quarto? A sala?
Pegue o tamanho dele e divida em três cômodos: quarto, cozinha e banheiro. Era a casa das duas.
Ainda assim, quase sempre quando ia visitá-las, havia um “convidado” morando com elas, isso quando não era meia dúzia de gente dormindo no barraco.
Rosa parecia se uma “acumuladora de humanos”. Conhecia-os na rua e convidava-os a morar com ela.
O final era o mesmo: ela forçando a barra para a pessoa sair ou como em um caso, abriu mão da própria casa em que morava na época, bem melhor que o cubículo de Fatinha, porque fez a asneira de acolher um casal com filhos pequenos e em poucas semanas não agüentava mais o próprio purgatório que havia plantado:
A mulher passou a mandar na comida da casa e nas suas visitas.
Usava roupa transparente perto de Fatinha.
O filho caçula mimado enfiou uma faca na boca da sobrinha de Fatinha e tacou caco de vidro em cima da Rosa, bateu no muro e espirrou caquinhos em cima dela, e eles não poderiam falar nada porque os pais alegavam que o menino (de dois anos) era pequeno.
Depois Rosa descobriu que o irmão mais velho de sete anos abusava sexualmente das crianças menores, entre elas o irmão. Ela não colocava mais o seu sobrinho pra tomar banho junto com ele. O caçula sempre que via uma faca, pegava o instrumento de corte com a conivência dos pais (Ele é pequeno! Deixa!), normalmente o seu alvo era sempre o pênis o irmão mais velho que ele cismava de querer cortar. Por que será, hein?
O marido um boboca alheio a tudo, mas sempre quando iam reclamar da esposa com ele, a razão era sempre da esposa.
Tão idiota ou tão cara-de-pau, que quando soube que Rosa e Fatinha abandonariam a casa que haviam alugado há pouquíssimo tempo, sendo assim eles teriam que partir também, o cara ficou triste e perguntou:
_Vamos morar junto na outra casa que você vai  mudar?
A Rosa quase teve um piripaqui com a reação do marido.
Quem sofreu muito com isso foi Zinha, a mãe de Rosa. Ela dormia numa poltrona na casa de outra filha. Quando Rosa e Fatinha alugou a casa, chamou a mãe para morar com elas. Em anos foi a melhor casa em que ela morou, mas voltou para o morro e para os maus tratos da filha caçula ao conviver com Eliane e família.


Pensam que ela aprendeu a lição? Que nada!
Ela continuou com a mesma atitude. Anos depois ao visitá-la, presenciei uma briga entre minhas primas (Fatinha e Maria) e ela contra uma mulher com um bebê e um garoto. Elas estavam expulsando-os da casa.
As três tiveram sorte, pois a família que os acolheram em seguida, teve que sair batido do morro meses depois, pois a mulher era amante de bandido e tinha uma língua venenosa que colocava todos a sua volta em roubadas e armadilhas.

Edna era afilhada de Rosa. No antigo blog escrevi sobre a maldição que consumiu a sua família e a teimosia que ela tem em desde os 13 anos em pisar na jaca, fazer tudo pra foder com a própria vida, mas a mesma nunca a deixara sequer levar um tombo.
Edna teve o pai e os quatro irmãos assassinados quase que um por um, numa emboscada, morreu o pai e o último irmão sobrevivente.
A morte do primeiro irmão, eles pensaram ser tentativa de assalto, ele era caminhoneiro de uma cervejaria e foi morto enquanto trabalhava, quando em questão de semanas o segundo foi assassinado, a família abriu os olhos.
Ao visitar Rosa, a flagrei preparando uma espécie de feitiço de proteção para a família dos compadres. Não adiantou nada. Como antecipei nas linhas acima. Edna e sua mãe mudaram-se para um morro em Pilares onde eles têm casas como forma de se proteger. Ao que parece, havia um “código” entre os assassinos da família. Eles só queriam matar os homens.
Rosa nunca me contou a razão para tanto ódio contra um clã. Só disse:
_Meu compadre é dono de oficina de carro, e você sabe que isso é máfia!

????????????????

Ela vem falar de máfia para um membro de uma família que por décadas trabalha com reciclagem?
Tivemos ameaças, assaltos, mas nunca ninguém  levou ao extremo uma vingança, o extermínio de quase toda uma família, e para lembrar, SOMENTE O PAI TRABALHAVA COM CARROS, todos os filhos estavam morando fora, casados, com seus empregos que passavam longe de uma oficina mecânica.  
Zilda a mãe de Edna, comadre de Rosa, virou um histérica e com razão, ressaltamos aqui. Porém ela virou uma fanática da macumba. Sempre repetia essa história em gritos e em prantos:
Foi uma entidade do candomblé que a avisou para que se mudassem para longe e não dessem o endereço pra ninguém, pois todos da sua família corria perigo de morte.
Sentindo-se insultada, saiu da macumba e procurou a igreja, onde o pastor garantiu que nada de mal lhe aconteceria.


Edna que parou de estudar na quinta série, perdeu o cabaço para um bandido com 12 anos, e os pais ainda a levavam para o presídio visitar o pedófilo, mas naquela época isso não era crime...
Depois ficou noiva de um policial militar, mas  já era casado, e quando se descobriu nada mais poderia fazer, pois a filha estava grávida do policial, nunca trabalhou e nunca se formou em nada...
A vida lhe deu um milionário.
Quando fui visitá-la em Pilares, e para a minha surpresa, sua casa mexeu com os nervos da Rosa.
A casa vivia cheia. Gente que dormia nas suas casas, mas que tomava café, almoçava, lanchava e jantava todos na casa de Edna.
Quem bancava tudo era o amante. Bancava ela, a sogra e os abeiros.
A última notícia que tive dela, era que ela desconfiava que estava grávida do NAMORADO POBRE, que não teria a menor condição de bancar nem mesmo a Edna somente. Como o amante rico aparecia em determinadas datas do mês, ela temia que ele desconfiasse da paternidade da criança.

O problema dessas comunidades é que se você aparecer sem ter muita certeza do endereço e começar a fazer perguntas, logo virá um pivete armado lhe fazendo perguntas e ou tu corre ou tu morre. Se não fosse isso, visitaria Edna novamente. Como sempre foi a sina da sua vida, duvido que ela esteja passando por um aperto qualquer.

Esse outro caso era de um rapaz que vivia com a casa cheia. Sempre havia um menino ou um jovem de 18 anos morando com ele. O caso aqui não é a caridade. Ele era gay e o que definimos hoje como pedófilo. Gostava de acolher jovens (bem jovens) com situação social precária, para com esses meninos ter um caso. Era como os garotos pagavam suas estadias. Todas as suas histórias tiveram um fim parecido: com o moleque sumindo sem antes roubar a casa dele.


E um caso épico: vi o meu pai voltar do portão, ele havia atendido uns policiais que o chamava. Acostumado foi atendê-los, não estranhou, mas os policiais não queriam nada com Seu Miro.
Seu Miro voltou com os olhos arregalados, suando em bicas e boca aberta com a língua pra fora, perguntei o que houve, mas ele estava sem voz.
Dias depois ele desabafou:
_Passei a maior vergonha que um pai pode passar!
“Esse rapaz foi preso em flagrante roubando a casa do seu filho, está alegando que é de menor e que come o cu do seu filho há seis meses.”
Essa foi a abordagem dos policiais.

No dia seguinte, “Quequel” estava de volta à casa que tentou roubar, como se nada estivesse acontecido...

Em outro caso mais bizarro, o rapaz levou a noiva para morar junto!
Noiva, noivo e amante no mesmo teto!!
Com o amante bancando os dois, a noiva convencida de que a casa era do noivo, tentou colocar o amante pra fora...
Anos depois esse rapaz suicidou-se. Esfaqueou a ex-noiva e acreditando que havia matado-a, correu para a Dutra e se jogou na frente de um caminhão truncado.
Bil presenciou o suicídio e me disse:
_O corpo dele rolou entre as rodas como papel!

Alguém bateu na sua porta pedindo abrigo?
Negue.
Quer ajudar assim mesmo?
De cobertores para ele dormir na rua, faça uma quentinha e lhe de o que comer.
Acha crueldade?
Então de a passagem para a casa de um parente dele. Talvez o único que o acolha, pois quase sempre nem as famílias querem mais essas bombas em casa.
Quem avisa amigo é.
Quem acolhe condenado será.






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