A EXTINÇÃO DE UM PEIXE GRANDE



Joaquim, era o dono ou ainda é, não sei se ta vivo ou morto, se passou para os herdeiros, se vendeu a sua Alumbrás...
O certo é que a maior compradora de alumínio do país está morta, há muito tempo. Agoniza em Bel.
Soberano na reciclagem de alumínio, ele tratava seus cliente como bem entendesse.
Não pagava o combinado, alegando mil defeitos no material, quando um pequeno batia a sua porta lhe oferecendo material, ele mandava pastar. Obrigando assim o pequeno/médio comprador a vender para o tubarão da sua área.
Ainda assim, quando o pequeno/médio conseguia vender a sua carga para ele, se arrependia amargamente. Vinha na nota descontos tão grandes de impureza, que certamente a peãozada da firma, colocou as impurezas do grande toda no pequeno. Causando prejuízos gigantescos.

Surgiu uma empresa que começou a disputar mercado com ele, pequena para os padrões do Joaquim. Uma formiga que beliscava o gigante. E o incomodava!
De forma coincidente (demais), o único caminhão da Aluteck foi roubado, e aparece o Joaquim “oferecendo” parceria com a empresa...



Anos se passam, grandes sucateiros faliram, foram presos, muitos outros ascenderam.
 Gente que não fazia o jogo do Joaquim.
Gente que visitava ferro-velho pequeno, botava preço, pagava adiantado e não era tão nojento com o material.
Gente educada, humilde.
Alumbrás foi pra cucuia.
Atualmente é o Luizinho o maior reciclador de alumínio, dizem, da América Latina. Vende pra China, Coréa...
Ele é das antigas. Contemporâneo do Joaquim, que em um determinado momento, vendeu para ele seu alumínio.

Luizinho tem fama de arrogante, ignorante e de não dá preço no material.
Verdade.
Seus compradores penam para conseguir fregueses. Em sua maioria ferro-velhos pequenos localizados em lugares onde Judas perdeu as botas.
Conheci o Luizinho.
Rico, poderoso, não abre mão de trabalhar juntos com a peãozada de seu depósito. Tá certo. Ele sabe que um dono de reciclagem grande, não deve nunca se isolar. Muitos foram à falência por causa de balanceiros inescrupulosos.
Já ouvi ele dando um esporro pelo rádio na pobre da secretária. Não falou palavrão, mas falou muito, reclamou demais, a orelha da garota deve ter doído.

Por graças eu ainda não fui destratada por ele.
Uma vez ele cismou de classificar um alumínio meu como “persiana”, que é muito mais barata!
Conversei com ele e numa boa, guardou a carga e disse que na próxima, me devolveria.


Luizinho apesar de tamanho poder, ele age e pensa como Joaquim: Sou poderoso, não dependo de ninguém!
Olha que Joaquim pensava numa época onde ele realmente não tinha concorrência. Hoje temos.
E cá entre nós:
Certa vez ouvi um de seus fregueses comentando sobre “esquema” de um dos balanceiros.
Cuidado Luizinho!
Olhe para o seu contemporâneo Joaquim!


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