MOMENTOS BIZARROS DA VIDA DA ANITA
A Academia do Terror



Esse é um texto que está no livro nunca publicado, apenas no meu antigo blog, e no meu antigo computador, cujo a memória, espero salvar. Então pra muitos ele é inédito. Alguns detalhes até são.

Novinha, meus 15 anos, cheguei àquela fase de cuidar de mim e do corpo, eram os anos 80, explosão das academias. Minha prima Cristina falava de uma em Vilar dos Teles, que tinha o nome de uma academia de novela Phisical.
Perguntou se eu não gostaria de fazer com ela a ginástica do momento: a aeróbica. Dela vieram outras como a famigerada lamba-aeróbica,
 bunda-aeróbica, bosta-aeróbica e por aí vai...
Entusiasmada em fazer ginástica junto com a minha prima, me matriculei imediatamente.

Minha prima não.
Nunca mais tocou no assunto...

Tantas academias aqui em Bel, e eu fui cismar de fazer ginástica numa contramão pra caramba, para poder fazer junto com a prima Cristina e levo um bolo desse. Voltava pra casa espremida no maldito 136 –Caxias-Nova Iguaçu Via Vilar dos Teles-


Entusiasmada com a ideia, nem verifiquei as instalações da academia, afinal, ela tinha o nome de academia de novela, deve ser tão boa quanto.
Somente passei da recepção, no meu primeiro dia.
Começou o terror...
O banheiro/vestiário, era um improvisado de compensado. O único vaso sanitário, não tinha porta, sem privacidade, quem se vestia no vestiário, presenciava o momento mais íntimo de um ser humano.
As outras alunas pareciam não se importar com a falta de privacidade, ainda tinha que dividir com quem usava o chuveiro, ao menos, quem estava no vestiário, não assistia o banho de ninguém.
Vi mulheres fazendo xixi numa boa, sabemos que mulheres não sentam em qualquer privada, essa ficou de lado...
Eu assisti a cachoeira que saiu de dentro dela, e parece que ela ainda fez força (?!) pra sair mais. Nunca vi isso!
Não teria como eu usar a ¨%$#$¨* desse banheiro. Desculpe, eu sou chata.

Minha primeira aula.
Foi quando eu descobri a minha completa ausência de coordenação motora.
A professora, como as que tive antes, não explicava os passos. Corria, rodopiava, saltava, pulava, ela no quinto passo e eu ainda tentando fazer o primeiro.
Isso irrita todo e qualquer professor de qualquer tipo de aeróbica ou ginásticas parecidas. Assistindo outras aulas, vi vários perderem as estribeiras com alunos como eu. Têm aqueles que possuem a boa vontade de explicar o passo, pergunta se alguém ainda tem dúvida, contudo, são pouquíssimos.

PORÉM ESSA NÃO FOI A PRIMEIRA MÁ IMPRESSÃO QUE ELA TEVE DE MIM.

Antes de começar a aula pra valer, naquela corridinha básica do aquecimento, ELA ME ENCAROU COM A MAIOR CARA DE NOJO. Nem disfarçou, ficou me encarando por vários minutos, e ainda ficou comentando com uma aluna que chegou atrasada, e ficou ao seu lado. Os gestos da aluna, deixou bem claro o assunto das duas OS MEUS SEIOS FARTOS, que como seios naturais, balança, pulam com o corpo.
A mulher, mais velha que eu, loira oxigenada, com uma longa trança que ia até a cintura, nem disfarçou o tema da conversa pelos seus gestos.
Colocou as mãos de frente aos seus seios pequenos, para simular seios grandes, e depois levantou os braços para cima, como quem agradece a Deus, por não ter os seios como os meus.
Hoje, são irresistíveis, mas nos anos 80, o pensamento era outro. Motivo de vergonha para as garotas.


Não havia uma aula em que ela não se estressasse comigo por causa do meu atraso nos passos da aula. Explicou apenas uma vez, um único passo, mas antes falou:
_Meus Deus! Assim não dá! Tem gente... Que só Jesus na causa! E explicou o passo muito puta.
Eu não poderia simplesmente abandonar a academia, meu pai que estava pagando, e eu tinha um mês pago.
Bem, eu poderia fingir que ia pra academia, mas nunca fui de enganar o velho, mesmo em causa parecidas.
A sorte, que logo menstruei, uma semana sem ir, na outra, trabalho de escola...
Faltei por 3 aulas seguidas, e ela não me esqueceu, jogou a sua reclamação/indireta pra mim, como sempre, e no final da aula, como uma professora de escola me chamou a atenção, ao menos na minha cara:
_E você, hein garota? Falta pra caramba!
Eu ainda tinha direito a uma semana de aula paga...
Não deu.
Nunca mais voltei.

Esses professores recebem por aluno ou por aula?
Deve ser por aula. Ela não é caso único. Nunca mais me matriculei em qualquer tipo de ginástica. Fui para a musculação, mas percebi o quanto os professores odeiam que gordas frequentem as suas aulas. Assistindo as aulas de ginástica, antes de começar a malhar.
Sei que às vezes, eles têm razão.
Uma vez presenciei todas as gordinhas , na barraca de mocotó, antes da aula de ginástica, aí, não há exercício que dê jeito. Não seria o caso desses professores, ao ver que os exercícios nada estão adiantando, conversar com elas, do que as humilharem ou comentarem com outros alunos, o quanto a aluna gorda o incomoda? Ela vai ficar sabendo por terceiros e vai ficar ainda mais desmotivada.

Esse não é único terror que passei em academias.
Tem outra história ainda mais cabeluda, onde, descobri anos mais tarde, que o que sofri foi abuso (assédio).
Não vou entregar de bandeja pra vocês. Terão que clicar no blog, numa outra oportunidade!







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