Postagens

FELIZ ANO NOVO, NELLY

Imagem
  FELIZ ANO NOVO, NELLY   É um texto muito difícil de escrever. Vão me julgar como radical e/ou narcisista e/ou ruim mesmo. É uma resposta, resposta a um aceno, a um “Feliz ano novo” que ela me dedicou ano passado. Não sei se ela está viva, se está bem, porém, faz de conta que nada mudou na vida dela. Se não aconteceu nenhuma tragédia, tudo deve estar muito bem. Então: Nelly, talvez eu tenha confundido você com outra coisa, e não é difícil alguém se enganar contigo. Afinal, você quase toda semana, postava uma pizza gigante, com você e seus familiares em volta, achava que você gostava de pizza, e você disse-me que não (?). Parece que comer pizza pra você nos domingos à noite era quase um sacrifício pela família, então, seu sorriso na foto, não era pela pizza, era pelo final de domingo, irmãs, sobrinhos, sobrinhos-netos reunidos.  Por eles, valeria o esforço de comer uma pizza.   Você venceu, rodou o mundo, talvez não pareça uma rica, embora tenha min...

TABU

Imagem
 QUEBRANDO TABU Lembro do Tabu na penteadeira da minha mãe. Em tempos de taxações absurdas e mercadorias proibidas de importação, (Não, eu não falo de tempos atuais!), eram os anos 70/80, Avon e Christian Gray dominava o móvel. Havia um que não foi vendido pela vizinha ou pela amiga da minha mãe. Nesses longínquos anos, o Tabu já era o perfume da vendinha da rua, da farmácia do João. E carregava a pecha de “perfume antigo”. Cheiro de vovó. Atualmente, é cheiro da bisa ou Tata. Pois quem ocupa atualmente o posto de “cheiro da vovó” é a Avon. Como descrever o Tabu? Forte, entretanto, íntimo  Penetrante Inebriante Eterno  Tabu é um segredo.  O perfume do pinguinho no dedo, e este, toca em cada orelha. Nunca mais vi o Tabu. Nunca comprei o Tabu. Mesmo ele custando menos de cinco reais na vendinha. Dizem que na década de 30, era o perfume que identificava as prostitutas. Adulta, nem pensava no Tabu. De vez em quando, quase alugava meus buracos em posto de gasolina pra co...

Fenecer

Imagem
 CHEGUEI CHEGANDO! TRA LÁ LÁ LÁ! Brincadeira, eu não cheguei chegando. Fui empurrada e caí. Aqui estou. Ao menos, não me tornei o que muitas mulheres nas minhas circunstâncias se tornaram. Vou falar sobre elas  Contexto: Mulheres com quarenta ou mais, sem maridos. Sei que há uma trend na Redphil, falando sobre a solidão destas mulheres. Elas, de alguma maneira, procuraram por isso, embora, o objetivo não fosse bem esse. Hoje, choram a solidão nas redes. Para a alegria desses caras… IVONETE: Ivonete era uma divorciada que dizia que apanhou por 15 anos no casamento. Não duvido que seja real a sua história. Era bonitinha e com um rosto preservado. Porém, o que se destacava era a sua enorme barriga dura. Embora não fosse gorda. Era o alvo número um da Dona Sebastiana. Encrenqueira que implicava com Mulheres como Ivonete: Divorciadas  Sentavam no bar, acompanhadas ou não para beber cerveja  Usavam shortinho    Eu faço isso tudo! Apenas não bebo cerveja. Bebo cho...

A MÁQUINA DE COSTURA DA MINHA MÃE - REMAKE

Imagem
  Décadas se passaram e atualmente, alcancei o auge da minha maturidade. Revisei conceitos,, comportamentos passados e até minha fé. Entretanto, embora me sinta arrependida da minha mesquinhez. De ter se desfeito de algo tão caro a minha mãe, a última lembrança física dos tempos áureos da família, digo que não foi gratuito. Não foi o comportamento de uma pobre menina rica e mimada. Quando somos crianças, é comum nos interessarmos por alguma arte/trabalho manual. O meu primeiro foi o crochê. Era bem criança, mas já conhecia meninas da minha idade que mandavam bem no crochê. Faziam porta moedas, paninho de penteadeira, chapeuzinho de boneca. Queria muito aprender.  A papelaria São Jorge abriu um curso de crochê gratuito. Era comum nos anos 80 papelarias abrirem esses cursos artesanais.  Implorei a minha mãe, mas ela não deixou. Levar e trazer a filha alguns dias de semana de um curso, nunca esteve em seus planos. Enquanto ela foi viva, nunca nem pude fazer trabalho de escol...

GAROTOS

Imagem
  GAROTOS Se virar, Catar, Vender e Brincar  Há reciclagens que vivem exclusivamente de crianças. Pode não fazer do ferro velho um grande sucateiro, mas alguns vivem bem com esse estigma. Na sucata, muita lata, vergalhão, cadeiras e carrinhos de bebê  Muito papelão, plástico e latinha. Não há muito dos materiais nobres como latão, bronze e cobre. Desde bem criança, testemunhei pequenos que, sabe-se onde, apareciam com o seu material pra vender. Quase sempre o pagamento era uma mixaria, porém o suficiente para pipas e doces. Às vezes me sentia culpada. Alguns mal vestidos e sujos, e eu limpa, bem vestida e alimentada. Entretanto, quase sempre invejava a liberdade. Afinal, eles viviam livres a caminhar pelas ruas, se embrenharem em matagais, lixeiras, a procura de um bem, que na minha situação daquela época era farta: dinheiro. Se quisesse doces, bastava pedir aos meus país. Daria todo meu conforto pela liberdade, e alegria das crianças, principalmente quando saíam saltitan...

1988

1988   Projeto parado. Não vou mais investir dinheiro em algo que só me traz retorno social. A vida não é somente aplausos.

Minha Lojinha no Enjoei

Imagem
Eu no enjoei