O TRISTE DESFEITO DE UM SEQUESTRO

O cara mais babaca do mundo em que todos chupam a sua rola. Seu trabalho em comunidades não me convence. Claro se ele me provar que mudou sua postura com a bandidagem, talvez um dia tenha o meu respeito.


Os Novinhos talvez não tenham ideia, mas na segunda metade dos anos 80 houve uma onda de crimes de sequestro. Começou com milionários como Roberto Medina, e logo se mudou para a classe média alta, média, baixa, nem os pobres escaparam. Assisti o depoimento de uma jovem que foi sequestrada por 100 reais.

Uma família de irmãos portugueses, ligada a empresa de transporte, teve um de cada vez os 3 irmãos sequestrados, sendo que um duas vezes. Um deles morreu no cativeiro, por presenciar o conluio da polícia que achou o cativeiro, mas preferiu o suborno dos bandidos a libertar a vítima. Em outro, a vítima liberta teve a certeza que o carro onde estava no porta-malas foi parado numa blitz.
A onda seguiu pela primeira metade dos anos 90.
Foi o delegado Hélio Viggio que conseguiu, em parte, diminuir bastante com esses crimes que ocorriam toda semana.
Óbvio que o sequestro relâmpago ainda existe. Não é raro a vítima entregar todas as senhas, às vezes fazer as compras com os bandidos e ser morta no final, mesmo colaborando com tudo.
Enfim, não confie na compaixão do bandido, se você for obediente e não encará-lo, como grita a esquerda.
A pessoa não morre porque reagiu, ela sabia que iria morrer, reagir foi sua tentativa desesperada de se salvar. Ela sabia que de uma maneira ou de outra seria executada.
O cara que deu o estopim para a explosão da violência do Rio. O primeiro "acordo cabuloso" que se tem notícia. Deixava a bandidagem à vontade nos morros, achando que ela se limitaria às comunidade, e também queria proteger a filha checheira.

Sabe, lembram-se daquele paspalho do MVBill?
Um rapper que produziu um documentário que o Fantástico exibiu e repercutiu no país inteiro?
Dando a entender que os bandidos das favelas são coitados sem opção e que morrem cedo em execuções covardes da polícia.
Ele virou o queridinho da mídia, foi em tudo quanto é programa de entrevista. Sempre com seu ar de arrogante e antipático. Ele estava tão cheio de si, que após o sucesso do documentário, ele disse que durante as filmagens, viu pessoas em cativeiro, encapuzadas e acorrentadas, mas nada fez, por não ser “problema dele”.
Sua frase repercutiu mal em famílias de sequestrados desaparecidos e/ou mortos. Logo em seguida, veio com a historinha de que negociou com a bandidagem e tudo acabou bem. Me engana que eu gosto, pois não apareceu vítima liberta nenhuma para confirmar a sua história ou agradecer.
Um merda de gente.
 
O cara que alegou na campanha eleitoral, que os sequestros explodiram no seu governo, porque assaltos outras modalidades de crimes caíram. Parabéns, fez um ótimo trabalho. As famílias agradecem.
A história de um sequestro não acaba com a libertação/execução dos sequestrados.
A família carregará traumas pelo resto da sua história.
Nessa história que contarei, o desfecho foi ainda mais trágico.

Ernesto era um empresário que a preconceituosa elite do Leblon/Botafogo, através da colunista Hildegard Angel chamou de “sociedade emergente”.
Os novos ricos que povoavam os luxuosos condomínios que eram construídos aos montes na Barra da Tijuca.
No início doa anos 90, o presidente Collor, negando todas as promessas que o fizeram se eleger, mergulhou o país na pior crise econômica que o Brasil já teve.
O confisco das aplicações e das cardenetas de poupança foi a maior das covardias impostas a um povo.
Pais de famílias adoeceram, morreram, se suicidaram, os sequestrados, quase todos quebrados pelo plano de Zélia Cardozo de Melo, foram executados ou tiveram a sorte de convencer seus algozes da sua situação e foram libertos. Sem contar os desparecidos nessa época.
 
O plano econômico dessa dupla nefasta era simples: fazer com que a população não tivesse dinheiro nem pra comer, forçando assim a queda e o controle de preços.
Foi nessa turbulência econômica que Ernesto foi sequestrado.
Ele pagou a sua liberdade com o dinheiro que não tinha, e nunca mais conseguiu se recuperar.
Sua empresa faliu logo em seguida, a família tentou outros empreendimentos que não deram certo, saiu da Barra, foi pra Zona Norte do Rio.
Há quem culpe a esposa e os filhos adolescentes caros e mimados da família, mas com tudo isso acontecendo, é lógico que eles tinham ideia da decadência financeira do pai.
Seja como for, Ernesto não suportava mais a situação.
Matou a esposa, os filhos e se matou em seguida com uma espingarda de cano duplo.
Esse foi mais um fim triste e verdadeiro de um sequestro.






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