As Raízes da Árvore dos Horrores
Ela começou na adolescência.
Acreditava que seria uma fase. Os hormônios.
Não tive uma adolescência pacífica.
Morte da mãe. Um pai completamente perdido, uma tia ainda mais repressora que
minha mãe. Um escândalo conjugal na família, a franca decadência financeira de
Seu Miro.
Era apenas uma fase
Na infância, e ainda hoje, tinha e
tenho, ainda hoje, uma personalidade muito passiva.
Eu era sistematicamente roubada na
escola. Era o troco da merenda ou algum dinheiro extra que havia trazido para comprar
alguma coisa ou compor a vaquinha de uma festinha entre amiguinhos.
Nunca pensei assim.
Eu sempre me culpava. Embora o meu
dinheiro sempre estivesse dentro da mochila, quase sempre dentro de uma
carteira, a minha conclusão era que eu...
Havia perdido o dinheiro. Simples.
Fracassei, me distraí, não tomei
cuidado.
Nunca pensei o óbvio.
Roubaram o meu dinheiro.
Nunca reclamei com a professora,
nunca convoquei o inspetor de disciplina, nunca nem falei com meus pais, como
me culpava pelo ocorrido, na certa eu diria:
_Mãe, perdi o dinheiro.
Apanharia logo em seguida...
Hoje, continuo passiva. Ajo mais nos
bastidores, mas continuo passiva.
A minha luta é mais interna.
No ultimo final de semana, acho que
tive a mais forte crise de ansiedade até hoje.
Foi quando eu realmente paquerei as
caixas de remédio pra pressão e pensei em tomar tudo.
Elas são recorrentes por todo o final
de semana. Fato. Mas essa foi horrorosa.
Sabe o que aconteceu no dia seguinte?
Tudo normal. Como se nada tivesse
sentido, tentado. Eu sorria.
Por enquanto o demônio está perdendo.
Embora ele tenha vencido todas as outra batalhas...
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