CORPO DOURADO
_Se você está morta, por que não aparenta... _O que esperavas? Um buraco na cabeça? Sou uma mulher, tomei veneno pra ratos e dúzias de caixa de calmante, num coquetel com suco de laranja e remédio pra baixar pressão. _Não acredito! _Presta atenção em mim cara. Desconfiado de uma piada sem graça ele fica cara a cara com a estranha, que sabe lá como, subiu no seu apartamento e bateu na sua porta. Porteiros de merda! Ficam nariz com nariz, depois se afasta em um passo, olha seu corpo delicado. Uma roupa austera. Tecidos finos, saia abaixo do joelho, babados na camisa. _Você é cafona! _Anos 80 meu amigo. Foi quando a moda começou a decair. Ele dá mais um passo, a crítica foi apenas uma fuga para sua conclusão que de primeiro ele não acredita. _Você não respira... -Balbucia Esse foi o fator mais evidente. Mais atento e mais calmo, ele reparou nos seus olhos sem vida, sem brilho, ela não pisca, sua cor pálida. Dá mais um passo para trás. Levanta a faca, tremendo...