VOCÊ NÃO TEVE CULPA (NEM EU) Chalana enterra o seu filho. Não havia choros ou gritos desesperados no velório. Apenas um silêncio sepulcral. Todos ali evitavam se olhar. A cabeça baixa era regra. NInguém chegava perto do caixão lacrado. Gustavo destruiu sua cabeça, com uma espingarda de cano duplo, com um tiro no céu da boca. Um adolescente, na flor da vida, que resolveu acabar com ela. Chalana está estática. Seus olhos parecem secos de tanto chorar, sem brilho. Nem parece respirar. Ninguém chega perto dela. Seu ex-marido, sua mãe, ex-sogra, irmãos. Apesar de cabisbaixos, os olhares de todos os presentes se dirigem a ela. "Ela não percebeu?" "Como ela não viu o que acontecia em baixo do próprio teto?" "Mãe desnaturada que não sabe o que se passa com o próprio filho!" Seu ex, depois de ficar horas do lado de fora, sem conseguir entrar na sala onde o caixão é velado, de fora, observa a ex-esposa. Parece querer tomar impulso par
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